Xangai abrirá uma nova zona de negócios internacionais perto do aeroporto de Pudong com acesso sem visto até o final deste ano para impulsionar a conectividade global e a abertura econômica.

A Zona de Cooperação Comercial Internacional do Hub Oriental de Xangai, aprovada pelo Conselho de Estado da China, ou Gabinete do país, em fevereiro de 2024, deverá agilizar o comércio internacional por meio de regras de visto flexíveis, links de trânsito integrados e políticas favoráveis aos negócios.

A zona de 880.000 metros quadrados, equivalente a cerca de 120 campos de futebol padrão, conectará o aeroporto de Pudong e a Estação Ferroviária Leste de Xangai, ainda em construção.

Os visitantes internacionais que chegarem pelo aeroporto de Pudong poderão entrar na zona sem um visto chinês padrão, ao serem convidados por uma empresa registrada.

A estadia sem visto dura 30 dias e pode ser prorrogada. O serviço de visto portuário no local também está disponível para os visitantes que desejam explorar mais o país.

A zona usará um sistema de fronteira de dois níveis. A entrada do exterior permite uma liberação mais rápida na zona. A saída para o restante da parte continental da China requer processamento aduaneiro completo.

As instalações incluirão centros de conferência, locais de exposição e escritórios para empresas jurídicas, financeiras e de consultoria.

A zona trabalhará em sinergia com a Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, na sigla em inglês), permitindo atividades comerciais durante todo o ano, além do evento anual.

As lojas oferecerão cartões bancários estrangeiros, pagamentos móveis e reembolsos de impostos para visitantes internacionais. A zona também oferecerá serviços médicos de padrão internacional.

O Aeroporto Internacional de Pudong de Xangai, o principal hub aéreo internacional do país, atendeu 70 milhões de passageiros no ano passado,  metade dos quais eram viajantes internacionais. A previsão é que o Terminal 3, com inauguração programada para 2028, aumente a capacidade do aeroporto para 130 milhões de passageiros por ano.

Espera-se que a Estação Ferroviária Leste de Xangai receba 60 milhões de passageiros por ano. Um serviço de transporte ligará o terminal à zona comercial em 10 minutos.

Atualmente, Xangai abriga 75.000 empresas com investimentos estrangeiros, 1.027 sedes regionais de empresas transnacionais e 597 centros de pesquisa e desenvolvimento estrangeiros. Seus portos administram mais de 3% do comércio global, e a cidade ocupa o primeiro lugar na China em volume de viajantes internacionais.

O Delta do Rio Yangtze, que produz cerca de 24% do PIB da China, tem uma demanda crescente por serviços transfronteiriços.

Todos os edifícios da zona atenderão aos padrões de energia ultrabaixa. Um sistema digital gerenciará a energia, o tráfego e a segurança. A maioria da área será coberta por caminhos para pedestres e espaços verdes. O tráfego de passageiros e de carga será separado para reduzir o congestionamento.

O local será o primeiro do gênero na China a integrar o livre comércio de bens e serviços, a mobilidade transfronteiriça de indivíduos e os serviços profissionais de negócios em um sistema unificado.

"Esse projeto dá continuidade ao legado de Xangai como pioneira em reformas", afirmou um funcionário da administração da zona.

"Ele atende à demanda das empresas globais por logística eficiente, fluxo de talentos e regras transparentes."

A construção da primeira fase da zona está programada para terminar no final de 2025, alinhando-se com o 35º aniversário do desenvolvimento de Pudong, e espera-se que ela esteja totalmente operacional em 2030.