Produtos de ETF brasileiros em breve serão listados na China

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​Visão exterior da Bolsa de Valores de Xangai. [Foto/VCG]

A cooperação entre os mercados de capitais da China e do Brasil atingiu um marco importante. Com base no memorando de entendimento assinado pelas autoridades reguladoras de valores mobiliários dos dois países, o mecanismo de ETF Connect Brasil-China foi formalmente estabelecido, com os primeiros produtos já lançados. Em maio deste ano, os primeiros fundos de índices (ETFs) vinculados ao mercado chinês foram listados com sucesso na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros do Brasil (B3), oferecendo aos investidores brasileiros um canal eficiente para apostar o setor de inovação da China, com destaque para o ETF do ChiNext, que obteve resposta positiva do mercado.

O modelo operacional desse mecanismo é claro: gestoras de recursos brasileiras desenvolvem e listam localmente ETFs relacionados à China, os investidores brasileiros subscrevem em reais, e os gestores realizam a conversão cambial para investir diretamente em yuans no mercado de capitais chinês, simplificando significativamente o processo. Paralelamente, a natureza bilateral do mecanismo está se consolidando. Atualmente, a B3 está trabalhando em estreita colaboração com várias das principais gestoras de fundos chinesas para avançar na listagem de ETFs vinculados ao principal índice brasileiro, o Bovespa, nas bolsas de Xangai e Shenzhen. Essa iniciativa abrirá portas para que investidores chineses aloquem recursos no mercado brasileiro convenientemente, utilizando o yuan.

O Vice-presidente de Produtos e Clientes da B3, Luiz Masagão Ribeiro Filho, destacou em entrevista que essa interconexão de ETFs marca o início substancial de uma cooperação mais profunda entre a B3 e as bolsas chinesas, sendo também o primeiro mecanismo desse tipo implementado na América do Sul. O sistema não somente proporciona aos investidores brasileiros acesso ao dinâmico mercado chinês, mas também cria oportunidades para que investidores chineses diversifiquem seus investimentos no Brasil.

Olhando para o futuro, as perspectivas de colaboração são amplas. Além de expandir a variedade de produtos e índices no âmbito da interconexão de ETFs, as bolsas dos dois países já começaram a explorar caminhos para aprofundar a cooperação, incluindo estudos sobre a possibilidade de listagem cruzada de empresas específicas de alta qualidade. Adicionalmente, as partes estão discutindo a viabilidade de estabelecer um mecanismo de "Bond Connect" (interconexão de títulos de dívida), visando facilitar o investimento direto de investidores de ambos os países em títulos governamentais e outros instrumentos de renda fixa, ampliando ainda mais a dimensão da interconexão entre os mercados de capitais bilaterais. Essas medidas proporcionarão opções mais diversificadas de alocação de ativos para investidores chineses e brasileiros, fortalecendo os laços financeiros entre os dois países.

 

Fonte: YICAI

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