Empresas multinacionais prometeram aprofundar os laços com seus parceiros na China e aproveitar as enormes oportunidades, uma vez que o país removeu todas as restrições de investimento estrangeiro no setor de manufatura com o lançamento da versão 2024 da lista negativa para acesso de investimento estrangeiro.

O lançamento da lista negativa reduzida indica a firme determinação da China em cumprir seu compromisso de expandir ainda mais a abertura de alto padrão, contribuirá para um ambiente de negócios mais favorável e consolidará a confiança dos investidores estrangeiros, disseram autoridades, especialistas e executivos de empresas com financiamento estrangeiro.

Publicada conjuntamente no dia 9 de setembro pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e pelo Ministério do Comércio, a nova lista negativa, que entrará em vigor em 1º de novembro, reduz o número de restrições de 31 para 29, chegando a zero restrições no setor de manufatura.

As últimas medidas do país para expandir o acesso ao investimento estrangeiro no setor de manufatura são de importância vital para o estabelecimento de um sistema industrial moderno e para a construção de cadeias industriais e de suprimentos mais abertas e resilientes, disse o Ministério do Comércio em um comunicado.

A medida será propícia para atrair ainda mais o investimento estrangeiro em manufatura avançada e indústrias de alta tecnologia, otimizando continuamente a estrutura de investimento e acelerando o desenvolvimento de novas forças produtivas de qualidade, dando um forte impulso ao crescimento econômico de alta qualidade do país, acrescentou o comunicado.

Executivos seniores de empresas financiadas por estrangeiros disseram que a medida ajudará a melhorar o ambiente de negócios de longo prazo para empresas estrangeiras na China.

Ian Shih, presidente da Rockwell Automation China, disse que a empresa de automação industrial sediada nos EUA aprecia o compromisso contínuo da China com a expansão da abertura de alto padrão e o aprofundamento das reformas no investimento estrangeiro. Ele acredita que essas iniciativas proporcionam um ambiente de negócios favorável para o crescimento de longo prazo das empresas estrangeiras na China.

“A Rockwell Automation continua comprometida com o avanço do progresso tecnológico em colaboração com parceiros locais. Por meio de uma estreita colaboração, promovemos ativamente a aplicação em larga escala de tecnologias emergentes, como 5G, inteligência artificial e a Internet industrial das coisas na China”, disse Shih, acrescentando que a empresa se dedica a ajudar os parceiros chineses a aprimorar sua competitividade principal e a ajudar no desenvolvimento de alta qualidade do setor de manufatura da China.

Tetsuro Homma, vice-presidente executivo da Panasonic Holdings Corp, disse que as medidas significativas adotadas pelo governo chinês para alcançar um desenvolvimento de alta qualidade ajudarão as empresas estrangeiras a aproveitar melhor as oportunidades, fortalecer sua presença e intensificar seus investimentos no mercado chinês. “Sempre acreditei que a China, além de ser um gigante da manufatura e um grande mercado consumidor, é também um país inovador com talentos excepcionais em engenharia”, disse ele.

Enormes oportunidades

Ji Jianjun, pesquisador da Academia Chinesa de Pesquisa Macroeconômica, disse que a implementação da versão mais recente da lista negativa não apenas proporcionará um amplo espaço para uma cooperação internacional mais profunda nas cadeias industriais e de suprimentos, mas também criará enormes oportunidades para que os sujeitos multinacionais invistam no país.

Zhu Keli, diretor fundador do Instituto Chinês da Nova Economia, disse que o país emitiu um sinal claro de que está empenhado em abrir ainda mais sua economia para o exterior e criar um ambiente de negócios de classe mundial, orientado para o mercado e regido por uma estrutura jurídica sólida.

A remoção das restrições ao investimento estrangeiro no setor de manufatura é um requisito essencial da transformação e modernização econômica da China e atrairá mais entrada de capital estrangeiro para a manufatura, pesquisa, desenvolvimento e design de alta qualidade, além de ajudar o país a subir na cadeia de valor, acrescentou Zhu.

Dados do Ministério do Comércio indicam que, no primeiro semestre deste ano, 26.870 novas empresas com investimento estrangeiro foram estabelecidas, marcando um aumento de 14,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Com a nova política de facilitação, continuaremos a aprofundar nossa presença no mercado chinês e a aumentar o investimento em novos projetos de energia”, disse Ren Jing, vice-presidente sênior da Schneider Electric, um grupo industrial e tecnológico francês.

Bai Ming, membro do comitê de graus acadêmicos da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica, em Pequim, disse que os esforços de abertura da China vão muito além da lista negativa, contrastando fortemente com o protecionismo comercial observado em alguns países desenvolvidos.

Karen Chen, diretora administrativa e presidente da Singapore Exchange China, disse: “As políticas de reforma e abertura em andamento na China não estão apenas oferecendo maiores perspectivas de investimento e parceria para empresas de todo o mundo, mas também estimulando a expansão econômica global e contribuindo para a busca do desenvolvimento sustentável em escala mundial.”