Porto de Xangai assume liderança global em movimentação de veículos com inovações em políticas e digitalização

Em 2024, o Porto de Xangai atingiu um marco histórico ao processar 3,63 milhões de veículos, um crescimento de 15% em relação ao ano anterior, consolidando-se como o maior porto automotivo do mundo. Desse total, mais de 60% correspondem a veículos de comércio exterior. Este avanço reflete não somente o fortalecimento da competitividade internacional da indústria automobilística chinesa, mas também os resultados tangíveis das inovações políticas e da transformação digital implementadas pelo porto para agilizar o comércio.
No Terminal Haitong do Porto de Waigaoqiao, localizado na foz do Rio Yangtze, a movimentação diária de 7.000 veículos por operações roll-on/roll-off sustenta uma rede logística global. Em 24 de fevereiro, a cena de três navios atracando simultaneamente em três berços ilustrou a eficiência deste hub mundial. Através do modelo integrado de transporte fluvial-marítimo, veículos produzidos no interior são transportados pelo Yangtze até o terminal, onde são transferidos para navios internacionais com destino a 289 portos em 131 países. Em 2024, o terminal exportou 1,298 milhão de veículos, um aumento de 26,6%. Entre eles, 501.000, nomeadamente 38,6% do total, são veículos elétricos, registrando um crescimento de 38,5%. Esse sistema multimodal reduz custos e acelera a cadeia de suprimentos.
Complementando essa operação, o Terminal Sul do Porto de Yangshan emerge como base estratégica para veículos elétricos. Com o navio Malay Elegance transportando 962 unidades da BYD para mercados asiáticos, o terminal exportou 370.000 veículos em 2024, um aumento de 26% em relação ao ano anterior, sendo 70% deles elétricos. Sun Chao, responsável logístico da BYD em Xangai, destacou que as exportações da empresa pelo terminal em 2024 totalizaram 34.000 unidades, um aumento de 101% em relação ao ano anterior, atribuindo o desempenho à digitalização alfandegária. Atualmente, o terminal conecta 36 países em cinco continentes.
Essa eficiência é sustentada por inovações institucionais da Alfândega de Xangai. A integração do número de identificação veicular (VIN, na sigla em inglês) em sistemas alfandegários, portuários e de navegação permitiu a criação de um mecanismo de inspeção automática para veículos sem placa, reduzindo o tempo de liberação em 40%. Além disso, o regime de transbordo fiscalizado na Zona de Livre Comércio de Yangshan permite o armazenamento temporário de veículos (como os Suzuki fabricados na Índia) antes do envio para destinos como a América Latina. Segundo a plataforma logística de Lingang, esse modelo reduz custos em 12% e acelera prazos em 25%.
Como o maior porto automotivo da China, Xangai redefine o comércio global combinando tecnologia e políticas inovadoras. Desde a rastreabilidade por VIN até o aprimoramento de sistemas multimodais, as reformas ampliam os benefícios da abertura institucional. Com as exportações de veículos elétricos crescendo mais de 30% ao ano, o porto economiza mais de 100 milhões de yuans anuais em custos logísticos e reduz o tempo médio de liberação para um terço do modelo tradicional. Essa sinergia entre capacidade portuária e avanço industrial está moldando um novo capítulo na internacionalização do setor automotivo chinês.
Fonte: Shanghai Observer