Escritor brasileiro compartilha perspectivas sobre escrita e intercâmbio literários
No outono de 2025, o Programa de Redação de Xangai, organizado pela Associação de Escritores de Xangai, convidou vários escritores de todo o mundo para se reunirem em Xangai. Como um dos escritores convidados, Ricardo Fernandes, vice-presidente da Associação de Escritores do Brasil, compartilhou suas observações e insights.
Nesta sua primeira visita a Xangai, Ricardo Fernandes foi atraído pelo contraste distinto na fusão entre tradição e modernidade da cidade, o que inspirou sua criatividade. Ele planeja escrever contos para mostrar aos leitores brasileiros o cotidiano real de Xangai. Ao discutir a influência da cultura chinesa, Fernandes apontou que os "detalhes poéticos" da literatura chinesa mudaram sua forma de narrativa, e ele tem tentado incorporar detalhes mais visuais em suas obras para torná-las mais vívidas.
Quanto aos principais desafios atuais do intercâmbio literário transcultural, Fernandes destacou a escassez de tradutores profissionais. Ele enfatizou que, nos últimos 100 anos, o Brasil explorou pouco a literatura chinesa, principalmente devido à falta de "tradutores que compreendem as culturas de ambos os países". Portanto, a prioridade é formar "tradutores de cultura". Visando tornar a literatura uma ponte verdadeira para o intercâmbio transcultural, Fernandes detalhou dois planos específicos de cooperação com a Associação de Escritores de Xangai: primeiro, o "Plano de Formação de Tradutores", que seleciona jovens tradutores brasileiros para intercâmbio na China, a fim de entender profundamente a cultura chinesa; segundo, o "Plano de Tradução e Promoção de Romances Chineses", que visa traduzir obras de escritores chineses e apresentar aos leitores brasileiros uma literatura chinesa mais rica, quebrando a impressão de que a literatura chinesa é principalmente composta por contos.
Atualmente, a tecnologia de IA está gradualmente entrando no campo da redação, e a globalização está tornando a cultura cada vez mais diversificada. Nesse contexto, Fernandes acredita que a criação literária deve insistir nas experiências e emoções reais das pessoas, algo que a IA não consegue replicar. Isso permite que ele integre uma perspectiva especial da cultura brasileira às suas obras, de modo que os leitores brasileiros, ao entenderem a China, também entendam melhor as próprias raízes culturais.
Fonte: Jiefang Daily