Plano de ação verde revelado em Xangai
Xangai está avançando em direção a um desenvolvimento mais verde e a um crescimento de alta qualidade, mas autoridades e especialistas afirmam ser necessários mais esforços no fornecimento de energia, nos arranjos institucionais e na inovação tecnológica.
Os comentários foram feitos após o lançamento do plano de ação da cidade para uma transição verde e de baixo carbono entre 2024 e 2027, anunciado recentemente pelo governo municipal.
Conforme o plano, Xangai pretende ter uma capacidade fotovoltaica instalada de 4,5 milhões de quilowatts até o final de 2027 e promoverá a construção de suas primeiras instalações de energia eólica em alto-mar. Até 2027, 75% do transporte na área central da cidade deverá ser ecológico, com ônibus e táxis sendo convertidos para veículos de energia renovável (VER) até o próximo ano. Além disso, espera-se que mais da metade das novas compras de carros individuais sejam VERs até 2027.
As reformas para economia de energia cobrirão mais uma área construída de 20 milhões de metros quadrados até 2027, complementando o plano de atualização dos 30 milhões de metros quadrados até o final do 14º Plano Quinquenal (2021-25).
A base de produção da Cooperação Limitada do Grupo de Aço Baowu da China, em Xangai, tem a meta de reciclar mais de 15% da sucata de aço até o próximo ano, como parte de seus esforços de redução de emissão de dióxido de carbono. Os principais materiais que promovem a neutralidade de carbono também serão priorizados nos parques industriais químicos de Xangai.
Para apoiar essas metas, o plano enfatiza o desenvolvimento de sistemas de energia voltados para o futuro e de tecnologias de ponta para a redução de emissões de carbono.
As instituições financeiras são incentivadas a expandir o crédito verde, os títulos, os seguros e outras opções de financiamento, enquanto o mecanismo de comércio de carbono da cidade será aperfeiçoado para estimular a inovação.
Huang Weiguang, pesquisador do Instituto Avançado de Xangai da Academia Chinesa de Ciências, observou que o avanço da transição verde é crucial para o desenvolvimento de alta qualidade de Xangai e para lidar com as restrições ambientais e de recursos enfrentadas pela megacidade. Ele pediu iniciativas de design verde de cima para baixo em edifícios, indústrias e planejamento urbano.
Huang Zhen, diretor do Instituto de Pesquisa em Neutralidade de Carbono da Universidade Shanghai Jiao Tong, enfatizou a importância de reduzir a dependência do carvão e de fazer com que as energias renováveis deixem de ser fontes alternativas e passem a ser fontes primárias de energia.
“A construção de um novo sistema de fornecimento de energia centrado em energias renováveis é a chave para essa transição”, disse ele.
Lin Han, vice-presidente da Shanghai Treasure Carbon New Energy Environmental Technology Co, disse que as empresas exportadoras chinesas agora devem aderir às regras internacionais de comércio verde e à divulgação das emissões de carbono. Isto aumenta os custos, mas cria oportunidades para prestadores de serviços terceirizados.
Zheng Guanghong, funcionário da Comissão de Ciência e Tecnologia de Xangai, observou os recentes avanços da cidade em energia limpa, redes elétricas inteligentes, armazenamento de energia e células de combustível de hidrogênio. No entanto, ele enfatizou a necessidade de aumentar a pesquisa relacionada à energia para impulsionar tecnologias de avanço.
Em meados de agosto, a capacidade fotovoltaica instalada em Xangai havia atingido 3,48 milhões de quilowatts, enquanto a capacidade de energia eólica era de 1,07 milhão de quilowatts, segundo dados da Comissão Municipal de Desenvolvimento e Reforma de Xangai. A cidade possui 400 milhões de metros quadrados de edifícios verdes, incluindo 14 milhões de metros quadrados de construções de consumo de energia ultrabaixo. Mais de 1,41 milhão de VERs estão em uso em Xangai, com o apoio de quase 840.000 estações de carregamento.
Fonte: China Daily